sexta-feira, 18 de junho de 2010

Voo da joaninha


Voava pelos campos a pequena Joaninha,
 Solta... Leve... Graciosa e sem tumultos.
Aqui se inebriava com o perfume de uma violeta,
ali desfolhava um - malmequer - bem me quer campestre.
Acolá saboreava uma maçã camoesa.
 (Era uma infância quase perfeita)
De repente, foi apanhada por um remoinho

que a transportou pelos ares instáveis
e alucinantes... Depois deste rodopio,
pousou numa amena clareira
rodeada de pequenas árvores: frescas e belas!
Brincou com elas - alegrou-se - e o tempo passou-se...
 Quando deu por isso, as árvores tinham crescido.
A clareira adensou-se... E o sol tinha-se ido...
 Às vezes, ele aparecia por entre um galho, mas depois desaparecia.
 O tempo urgia... E a Joaninha ensandecia…
Queria voltar à planície... Procurava uma brecha
mas a floresta era espessa!
Ficou presa nos galhos e só... Observava o Sol aos retalhos.
Esmorecia... Depois reflectia...
 Ensaiava um sorriso
 - parecia que estava a perder o juízo - 
e assim, anoitecia e amanhecia... Até que um dia, 
surgiu o raio de uma trovoada que explodiu...
Apagou-se a luz
 - o  PC finou-se - e
 acabou-se a história infeliz
 e sem glória! 

A:CamilaSB

2010 (imagem retirada da web)

13 comentários:

  1. Aqui está uma entrevista do Prof. António Feijó.

    Carrega no link
    http://tsf.sapo.pt/Programas/programa.aspx?content_id=917512&audio_id=915417&title=Pessoal...%20e%20Transmiss%EDvel

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  2. Que bela aventura, a da joaninha, metida em trabalhos por descuido da minha "vizinha". :)
    Agora a sério, gostei da leveza das palavras, assentes num exercício bem humorado.

    Beijo.

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  3. Deslumbrante e Extraordinária Poetiza Amiga:
    "...Acolá saboreava uma maçã camoesa.
    Era uma infância quase perfeita…
    Distraída…viu-se apanhada por uma aragem
    Que a transportou na circunstância
    De um redemoinho de inconstância …
    Voou pelos ares alucinantes
    Que a poisaram numa clareira
    Rodeada de pequenas árvores, frescas e belas.
    Brincou com elas…alegrou-se e..."

    Brilhante. Sensível. Linda e Admirável.
    Tem um admirável e doce talento poético.
    Fantástica.
    Versos significativos de pureza e beleza imensas.
    Parabéns. Adorei, magistral amiga de sonho.
    Parabéns pelo lindo versejar numa sensibilidade maravilhosa.
    "Potes" de beijinhos amigos com respeito.
    Sempre, mas SEMPRE, a admirá-la.

    pena

    Bem-Haja, pelas lindas palavras expressas no meu blogue que adorei.
    Bem-Haja, GIGANTE amiga.

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  4. Que bonita história, a da Joaninha corajosa! Que pena ter vindo o "raio da trovoada" por um ponto final ao seu destino... Adorei a prosa, continue escrevendo, porque fá-lo muito bem! :D *
    Actia, gostaria de saber o que o Prof. Feijó tem a ver com a joaninha...

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  5. A Joaninha deixou sua beleza na natureza, paz.
    Beijo Lisette

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  6. mas a luz voltou o Pc voltou a funcionar e a história continuou....

    a joaninha então....

    beij

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  7. Agradeço-lhe profundamente por ler-me e me presentear com um belíssimo poema. Bem, obrigado pelo domingo. Foi bom, mas passou.
    Quanto a Joaninha achei sensacional o conto. Um conto com teor filosófico. Realmente, assim como a joaninha tudo passa.
    Beijos!...

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  8. Olá, Camila, vim agradecer a sua visita ao meu novo espaço de contos e conhecer também sua casa: se me permitir, faço-me convidado e voltarei com mais tempo para apreciar suas criações.
    Beijinho e... volte sempre, será bem vinda!

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  9. curioso poema emtorno das voltas de uma joaninha, como se voltàssemos à infância e nos sentíssemos compelidos a segui-la por todo o lado. ficaríamos certamente muito tristes com o seu infeliz final. mas´são leis da natureza...

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  10. Prá Voce...

    Um ramalhete
    Com rosas e alecrim
    Nele, fitas de afeto
    Em laços de bem querer,
    Um sorriso em cada pétala
    Um bilhete de paz
    Pra tua vida...
    E um pedido!
    Jamais se esqueça de mim!

    (Sirlei L. Passolongo)

    Saudações Poéticas.....M@ria

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  11. "Escreve-se não quando queremos, mas quando a alma quer..."
    Isso foi inteiramente lindo!
    A cada dia tenho mais certeza que escrever é assim mesmo :)

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  12. E voltou a Joaninha e contou-me o que lhe aconteceu e cujo prólogo tu poetisaste tão docemente, mas pediu-me para não dizer nada e não digo, mas foi uma história linda e sublime e cheia de luz, não posso dar com a língua nos dentes, se não não sou digno de visitar o bosque dela, cala-te Eduardo, vai.te..............................

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