sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Povo do Rio de Moinhos

  Na minha aldeia
 o rio já não serpenteia.
 Já não sonham os moinhos novos
  e lamentam-se os velhinhos
 sem forças para moer o milho e o trigo.
A igreja tem um sino a badalar
para avisar as gentes
 sobre alguns acontecimentos...
  E no altar está um santo a rezar
  pedindo a Deus
 para iluminar os cérebros deste povo
  que luta e trabalha com esforço
  em busca do pão (que escasseia
na mesa dos mais pobrezinhos).
 Bom Jesus!
 Conduz as gentes desta aldeia
 por bons caminhos...
 Não os deixes a esmorecer
e a envelhecer
 entre as cortinas do abandono
 a observar as sombras da lua
 no leito do rio
sem águas para navegar
 e sem meios para sonhar...
 
A: CamilaSB
2012

 ( Moinho de água - Viseu - imagem da web )

24 comentários:

  1. Sonhar sempre podem camila!

    Mas lutar, por vezes cansa. Queremos e já não temos força. Como a água do rio, que seca!

    Beijo

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  2. Oi Camila
    O Povo do Rio Moinhos representa uma grande parte da população, gente sofrida. Que não falte pão e sonho, que não falte esperança, que não falte fé. Por que será que existe gente com essa sina, não é? Muitas vezes não compreendemos as injustiças, mas são os designios de DEUS, tudo tem uma razão de ser, é difícil, mas devemos aceitar com humildade. Uma bela reflexão, e também gostei da imagem escolhida, uma bela composição.
    Um ótimo fds, bom descanso, beijinhos

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  3. Uma das grandes bênções da vida
    é a experiência que os anos vividos nos concebem.
    Aniversariar é uma amostra das oportunidades que temos de aprender a contar os nossos dias.
    mais uma janela e abre diante dos meus olhos,
    mais um espinho foi retirado da flor,
    restando somente a beleza de tão bela data.
    Com fé, na esperança e no empenho por ser melhor a cada dia.
    Seguindo pelos caminhos da verdade e do amor.
    Um dia encontrarei o mais belo jardim, o jardim que representará a realização
    dos meus maiores sonhos.
    Com saudades .
    desejo um feliz final de semana
    venha curtir meu aniversário.
    Beijos na sua Alma,Evanir.

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  4. .

    .

    . em cada presente . a reminiscência de cada passado . ido .

    .

    . um beijo meu .

    .

    .

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  5. A sociedade muda e com ela hábitos e costumes.

    Rio de Moinhos ao pé de Abrantes?

    Beijinho

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  6. Olá, Pérola,
    Povo do Rio de Moinhos, é apenas uma metáfora, que simboliza a desertificação de algumas zonas do nosso país...
    É verdade Pérola, a sociedade mudou muito, mas há lugares, em que as dificuldades de hoje são muito parecidas com as do passado... lugares esquecidos pelos governantes do nosso país...
    Obrigada, amiga, pelo carinho...
    Um beijinho! :)

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  7. Minha querida

    Um poema que retrata fielmente o momento actual deste pobre Portugal, lindo e profundo sempre.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  8. Sou um devoto fazedor de sonhos
    Um homem que segue o destino
    A minha sombra nem sempre me acompanha
    Nem sempre acredito haver um ser divino

    Nem sempre acredito que há coisas para a creditar
    Nem sempre uma viagem tem um feliz fim
    Já acreditei no imenso do sentir de gente
    Que me disse sentir tanto por mim

    São tão perfeitas as flores
    Não morrem, apenas se despem das cores

    Doce beijo

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  9. na sua aldeia e em tantas outras,

    é urgente esta sua poética oração


    um abraço

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  10. Na aldeia onde eu nasci e muito tempo vivi também era assim; continua uma grande aldeia, com muita população, mas tiraram o azul clarinho do rio onde brincávamos e nadavamos; hoje ele é um rio muito mais escuro e ninguém gosta sequer de parar nas suas margens; os moinhos também esão quietos, acabrunhados, pois já não servem para nada.Muita da miséria que lá conheci, mas atualmente, com os desmandos destes nossos governantes, a fome começa a voltar e, por incrivel que pareça, a violência está-se a instalar. É muito mais triste a minha aldeia, apesar do progresso que se nota nela. Um beijinho e parabéns! Gostei muito
    Emília

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  11. Camila,muito obrigada pela sua presença no meu cantinho...Aqui estou e deixo-me interpelar pela realidade triste que nos retratas.Da tua aldeia e dum Portugal envelhecido e maltratado.Um abraço.

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  12. "O rio já não serpenteia" em muitas aldeias.
    O interior desertifica-se.
    E o litoral desemprega-se...
    E não há Deus (nem governo) que nos valha.
    Magnífico poema, gostei imenso.
    Camila, minha querida amiga, tem uma boa sema.
    Um beijo.

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  13. Minha querida

    Hoje passando para oferecer o meu selinho de 3 anos de blogue,uma fatia de bolo e uma taça de champanhe e agradecer o vosso carinho que foi o que me fez chegar aqui.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  14. Querida amiga,
    Sinto sempre , desde o início, a sua brandura, serenidade, ternura. Seja com o Planeta, com a Terra, Natureza. E os esquecidos do mundo! Uma nostálgica mas tão bela poesia Camila que mais parece uma oração.
    E caminhamos a passos gigantescos para um cordão de famintos de tudo!
    Belíssimo querida amiga
    Grande abraço

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  15. Que assim seja Camila; que nos venham do Universo os rios e os sonhos! Belo texto, bom resto de semana.

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  16. O Rio de Moinhos, tua Aldeia, e todo o nosso Portugal, merecem esta tua referência Poética, quase uma Oração.
    Se não conseguirmos pela Oração (misticamente) não me parece sejamos conduzidos pelo caminho certo para dar lugar ao reforço da coragem para continuarmos pelo trabalho.


    Beijos


    SOL

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  17. O primeiro passo é acreditar...

    Belíssimo poema prece, querida.

    Beijos.

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  18. .


    O homem bambeia no arame,
    entre o casamento e a traição.
    Veja o por quê, no meu blog.

    Beijos,

    silvioafonso




    .

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  19. Camila
    Passando para desejar um ótimo fds, deixar meu abraço e agradecer seu carinho e amizade que enternecem meu coração, bjs

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  20. retrato fiel e actual de muitos locais.
    doí muito.
    mas é preciso manter acesa a esperança que é a última a morrer.
    beijinho

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  21. Belíssimo poema! é assim em muitas aldeias, ficam as recordações...
    Bjs

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  22. A estrada nem sempre é florida,
    nem sempre exala cheiro bom,
    nem sempre esbanja vida...
    Mas a vida, essa a gente inventa, busca, pinta, conta e não desconta jamais os momentos felizes.
    Porque se existem momentos e eles podem ser felizes, então podemos ter esperanças de um dia melhor.
    Lindo poema! Há nele esperança e paz, e onde há esperança e paz, há amor e o desejo contínuo de buscar a felicidade para confortar o coração.
    Parabéns! Adorei.
    Beijos.
    Daniel

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